O 
crack surgiu nos 
Estados Unidos na 
década de 1980 em 
bairros pobres de Nova  Iorque, 
Los Angeles e Miami. O baixo preço da droga e a possibilidade de  fabricação caseira atraíram consumidores que não podiam comprar cocaína  refinada, mais cara e de difícil acesso. Aos jovens atraídos pelo custo da droga  juntaram-se usuários de
 cocaína injetável, que viram no crack uma opção com  efeitos igualmente intensos, porém sem risco de contaminação pelo vírus da Aids,  que se tornou epidemia na época. Destaca-se que a exposição ao 
HIV e outras 
DSTs  por meio de relações sexuais desprotegidas pelos usuários de crack ainda é um  ponto de preocupação no tratamento.
No Brasil, a droga chegou no início da década de 1990 e se disseminou  inicialmente em São Paulo. “
O consumo do crack se alastrou no País por ser uma  droga de custo mais baixo que o cloridrato de coca, a cocaína refinada (em pó).  Para produzir o crack, os traficantes utilizam menos produtos químicos para  fabricação, o que a torna mais barata”, explica Oslain Santana, delegado da  Polícia Federal e coordenador geral da Polícia de Repressão a Entorpecentes.
Segundo estudo dos pesquisadores 
Solange Nappo e 
Lúcio Garcia de Oliveira,  ambos da Universidade Federal de são Paulo (
Unifesp), 
o primeiro relato do uso  do crack em São Paulo aconteceu em 1989. Dois anos depois, em 1991, houve a  primeira apreensão da droga, que avançou rapidamente: de 204 registros de  apreensões em 1993 para 1.906 casos em 1995. Para popularizar o crack e aquecer  as vendas, os traficantes esgotavam as reservas de outras drogas nos pontos de  distribuição, disponibilizando apenas as pedras. Logo, diante da falta de  alternativas, os usuários foram obrigados a optar e aderir ao uso.
 
Infelizmente a rede de tratamento ainda está  concentrada ou ausente, permanecendo nas cidades maiores. Hoje, a droga está  presente nos principais centros urbanos do País e também em 98% dos municípios  brasileiros, não sendo mais uma questão das grandes metrópoles. Os dados mais  recentes sobre o consumo do crack estão sendo coletados e indicarão as  principais regiões afetadas, bem como o perfil do usuário. No entanto, pesquisa  domiciliar realizada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD  em parceria com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas  (Cebrid) realizada em 2005, indicou que 0,1% da população brasileira consumia a  droga. Novos dados a serem divulgados pela FIOCRUZ apontam para um crescimento  do consumo para 0,9% da população brasileira – entre 900 mil e 1.000.000 de  brasileiros. Nesses dados, Recife é apontada como a cidade com piores cenários  de uso de crack no Brasil à frente de São Paulo.
Fonte:
SENAD/InfoDrogas
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário