quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Surgimento do Crack e crescimento no Brasil

O crack surgiu nos Estados Unidos na década de 1980 em bairros pobres de Nova Iorque, Los Angeles e Miami. O baixo preço da droga e a possibilidade de fabricação caseira atraíram consumidores que não podiam comprar cocaína refinada, mais cara e de difícil acesso. Aos jovens atraídos pelo custo da droga juntaram-se usuários de cocaína injetável, que viram no crack uma opção com efeitos igualmente intensos, porém sem risco de contaminação pelo vírus da Aids, que se tornou epidemia na época. Destaca-se que a exposição ao HIV e outras DSTs por meio de relações sexuais desprotegidas pelos usuários de crack ainda é um ponto de preocupação no tratamento.

 

No Brasil, a droga chegou no início da década de 1990 e se disseminou inicialmente em São Paulo. “O consumo do crack se alastrou no País por ser uma droga de custo mais baixo que o cloridrato de coca, a cocaína refinada (em pó). Para produzir o crack, os traficantes utilizam menos produtos químicos para fabricação, o que a torna mais barata”, explica Oslain Santana, delegado da Polícia Federal e coordenador geral da Polícia de Repressão a Entorpecentes.

 

Segundo estudo dos pesquisadores Solange Nappo e Lúcio Garcia de Oliveira, ambos da Universidade Federal de são Paulo (Unifesp), o primeiro relato do uso do crack em São Paulo aconteceu em 1989. Dois anos depois, em 1991, houve a primeira apreensão da droga, que avançou rapidamente: de 204 registros de apreensões em 1993 para 1.906 casos em 1995. Para popularizar o crack e aquecer as vendas, os traficantes esgotavam as reservas de outras drogas nos pontos de distribuição, disponibilizando apenas as pedras. Logo, diante da falta de alternativas, os usuários foram obrigados a optar e aderir ao uso.

caps no brasil 

Infelizmente a rede de tratamento ainda está concentrada ou ausente, permanecendo nas cidades maiores. Hoje, a droga está presente nos principais centros urbanos do País e também em 98% dos municípios brasileiros, não sendo mais uma questão das grandes metrópoles. Os dados mais recentes sobre o consumo do crack estão sendo coletados e indicarão as principais regiões afetadas, bem como o perfil do usuário. No entanto, pesquisa domiciliar realizada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD em parceria com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) realizada em 2005, indicou que 0,1% da população brasileira consumia a droga. Novos dados a serem divulgados pela FIOCRUZ apontam para um crescimento do consumo para 0,9% da população brasileira – entre 900 mil e 1.000.000 de brasileiros. Nesses dados, Recife é apontada como a cidade com piores cenários de uso de crack no Brasil à frente de São Paulo.

Fonte:SENAD/InfoDrogas

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